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23 de fevereiro de 2011

Soluções culturais - Casa de Cultura de Vera Cruz - RS


Com esta matéria iniciamos uma nova série onde esperamos demonstrar a capacidade de enfrentar as dificuldades – seja lá elas quais e em que âmbito sejam –, de gente que acredita na Cultura e em sua disseminação. Os casos aqui demonstrados serão em sua maior parte advindos da população, mas não exclusivamente. Não são todas as comunidades que conseguem sensibilizar a iniciativa privada, logo o envolvimento de órgãos públicos acaba sendo uma alternativa viável – quando não única –, e esse é o caso da Casa de Cultura de Vera Cruz.

Mostramos nesta edição a cidade que abriga a Editora Novitas, contamos um pouco de sua história e, principalmente, a vontade em ter a disposição do povo da cidade um local onde possam todos usufruir dos benefícios de um local exclusivamente cultural, que agregue ao mesmo tempo o saber, o fazer e o conviver.

Vera Cruz é uma cidade do interior gaúcho, localizada na região do Vale do Rio Pardo, onde residem atualmente em torno de 24.000 pessoas. Sua origem remonta ao ano de 1854, com a chegada dos primeiros imigrantes alemães ao local chamado Faxinal de Dona Josefa, em 11 de outubro daquele ano. A criação do povoado de Vila Teresa (atual cidade de Vera Cruz) deu-se a partir da abertura do caminho de Santa Cruz do Sul, atual RS-409.

Em 1889 o povoado foi elevado à categoria de freguesia e, em 31 de agosto de 1890 foi criado o 2º distrito de Santa Cruz do Sul, com sede em Vila Teresa. Em janeiro de 1959 foi criado o município de Vera Cruz, que em 7 de junho do mesmo ano teve sua emancipação concretizada com a posse de seu primeiro prefeito, Nestor Frederico Henn, e da Câmara de Vereadores.

Mesmo contando com mais de 70 estabelecimentos industriais, Vera Cruz mantém-se pacata e simpática, essencialmente agrícola. Isso não quer dizer, de maneira alguma, que seja uma cidade parada no tempo, principalmente no quesito de que trataremos nesta matéria: a Cultura. A população tem a seu dispor videoteca (onde encontram-se disponíveis quase que todos os curtas e longas brasileiros), biblioteca pública infantil e adulta (com contadores de histórias para os pequenos, ajudando a formar futuros leitores), Museu do Apicultor, Museu da Sustentabilidade, eventos como a Feira do Livro (com programação paralela que inclui o Sarau Cultural), Arte na Praça, Festival do Canta VeraCruz, Gincana Municipal – que envolve a cidade inteira, garantindo a Vera Cruz o título de “Capital da Gincana” – , Festa da Produção (voltada ao agricultor e de bases germânicas), Semana da Cultura Afro, dentre outras atividades.

Segundo a Coordenadora de Cultura de Vera Cruz, Neusa Meert Ferreira, a história da Casa de Cultura iniciou-se há 6 anos atrás. Em 2004, o então prefeito Heitor Petry adquiriu uma grande área verde, com a finalidade de ali criar-se um parque ambiental e onde hoje encontra-se o Ginásio do Parque de Eventos. De frente a essa área, entre as ruas Carlos Wild e Thomas Gonzaga está localizado o prédio centenário conhecido na cidade como residência Wild Ferraz e que, desde aquele tempo, é pensado como Casa de Cultura, sendo então também incorporado ao patrimônio do município.

Com sua arquitetura basicamente ao estilo alemão, foi tombado em 2006 pelo prefeito Guido Hoff, sendo o único edifício nessas condições no município. Em 2007, a Secretaria de Cultura daquela gestão fechou parceria com a Defender – organização não-governamental de gerenciamento de projetos que envolvam patrimônio histórico – para elaboração de projeto arquitetônico e cultural, com a finalidade de obter, junto ao Ministério da Cultura, recursos que possibilitassem a adequação do prédio por meio da Lei de Incentivo Fiscal (LIC), custo esse estimado, naquele tempo, em R$ 1.091.000,00.

O custo alto justifica-se: o prédio hoje encontra-se bastante depreciado (veja fotos que ilustram esta matéria), sendo primeiramente necessário que se realizem obras de restauro. A inflitração de umidade deteriorou principalmente o forro em estuque e embora não se notem grandes avarias estruturais – como rachaduras, por exemplo – será necessário um grande empenho para adequá-lo à ocupação.

Para que se iniciem as obras em qualquer prédio tombado, mesmo que em âmbito municipal – como é o caso deste que aqui tratamos – é necessário que se tenha em mãos ao menos 20% do total do custo estimado. Após a aprovação de um projeto desse tipo, a lei concede um ano para captação desses recursos o que infelizmente, não ocorreu. Tal prazo esgotou, o que acabou acarretando a paralisação do projeto em sua totalidade.

Mais uma gestão municipal inicia-se, agora sob a figura da atual prefeita senhora Rosane Petry, esposa do ex-prefeito, senhor Heitor Petry, o mesmo que deu o primeiro passo na conquista desse espaço agregador cultural tão aguardado. O projeto foi encaminhando pelo Rotary Club, que atua na cidade faz mais de dez anos, ao Ministério da Cultura (Minc) com o objetivo de ingressar na Lei Rouanet, podendo a partir daí mais uma vez tentar captar recursos. O mesmo projeto arquitetônico utilizado pela Defender, idealizado pela arquiteta Manuela Costa e adquirido pela Prefeitura, somado ao nome Rotary Club, são garantias da esperada aprovação do projeto. Os custos desse novo projeto caíram mais de R$ 300.000,00, em virtude das novas destinações da verba pretendida.

A futura Casa de Cultura de Vera Cruz agregará alguns museus, como o Museu Histórico Emílio O. Assmann, Memorial do Apicultor e Museu da Biodiversidade (único nesse molde existente no Brasil), salas de exposição permanente e um café, posicionando a cidade como um dos pólos da Cultura na região do Vale do Rio Pardo, à qual pertence. Esse esforço é válido para desmistificar que a Cultura acontece somente nos grandes centros. É também uma mostra de que para se fazer Cultura é necessário a participação da população, vontade política e recursos relativamente pequenos.

Esperamos que em nossa próxima edição possamos informar a resposta positiva do Ministério da Cultura. Se assim for, partilharemos com nossos leitores as informações recebidas dos órgãos competentes. Ficar de olho também é envolvimento, extremamente necessário quando o que está em jogo é a memória viva de um povo.

Sendo este projeto aprovado pelo Ministério da Cultura, a captação de recursos junto às empresas serão iniciadas no próximo mês de abril. Se sua empresa tiver interesse em auxiliar a Casa de Cultura em Vera Cruz, entre em contato pelo e-mail cultura@veracruz-rs.gov.br.

Como dito anteriormente neste texto, o projeto baseia-se em renúncia fiscal, assim não há ônus algum para sua empresa, muito pelo contrário: ligar uma marca, uma empresa, um nome à Cultura é sempre um bom negócio.

Você tem uma caso parecido para contar? Sua
cidade, comunidade ou escola tem projetos culturais
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Se sua história for realmente boa, publicaremos
em edições futuras, mostrando gente que faz por este
nosso Brasil afora.


Esse artigo faz parte da Revista Cultural - 9

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