16 de agosto de 2009

Papel avulso - Poesia de autoria de Gilmar Luís Silva Júnior

PAPEL AVULSO - 12.07.2009

* Gilmar Luís Silva Júnior

Veio a lume o amante, dotado de ímpar enlevo,
Sorrindo, sob o céu nem sempre clemente
Macularam-no os versos, deitando-os por rasteiro
Eis que se guarnecera de lágrimas e ranger de dentes


Falou-me, numa prosápia jamais abjurante,
Que, na tessitura de versos ligeiros, alcançaria
Ao amor apartado que lhe roubara a alforria
E lhe legara a alma ao desterro vagante:


"Hei de enfeixar tanta tortura
Num emborcado papel avulso
A ferida da vida concede seu préstito
A quem vê mel no fel de tanta amargura


A louçania do peito inflado de paixão
Torna-se bela quando pálida de morte
A ferida imberbe que se alastra sem senão
Dá-lhe feitio de tão trágica sorte"

* Autor da II Coletânea Scriptus - A Livre Escrita que será lançada em Outubro.




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