6 de outubro de 2009

Câmara Cascudo



Trecho do ensaio Luís da Câmara Cascudo: um provinciano incurável, de autoria de Daliana Cascudo Roberti Leite(*), que faz parte da Revista Cultural Novitas N° 2, a ser lançada em 20 de Outubro.

Luís da Câmara Cascudo nasceu em Natal, na Rua Senador José Bonifácio, chamada Rua das Virgens, 212, no Bairro da Ribeira, numa Sexta-feira, dia de São Sabino, a 30 de dezembro de 1898, às 17:30 hs. Seus pais eram Francisco Justino de Oliveira Cascudo e Ana Maria da Câmara Cascudo, nascida Pimenta. Cascudo explica a origem familiar do nome: "Cascudo não denomina, realmente, minha família paterna, constituída dos Justino de Oliveira, Gondim, Ferreira de Melo e Marques Leal. Meu avô, Antonio Justino de Oliveira (...) era, nos últimos anos, chamado o velho Cascudo, pela devoção ao Partido Conservador, também com essa alcunha. Dois filhos, Francisco e Manuel, tiveram a idéia de juntar o Cascudo ao nome, vocábulo que jamais meu avô pronunciou. O nome Cascudo, no caso, não é o inseto, o coleóptero, mas vem do peixe de loca, Acari."

Na sua mocidade, teve existência de príncipe, morando numa Chácara no Tirol, chamada de Vila Cascudo, centro permanente de reuniões literárias, jantares festivos, recitais de músicos famosos que transitavam pela cidade. Estudou no Atheneu Norte Riograndense, cursou Medicina na Bahia e Rio de Janeiro, fazendo até o quarto ano. Desistiu de ser médico, por falta de vocação, e foi estudar Direito no Recife, onde se formou em 1928.

Apaixonou-se por uma menina de 16 anos, com delicadeza e nome de flor, Dáhlia Freire. Casaram-se em 21 de abril de 1929 e tiveram dois filhos: Fernando Luís e Anna Maria. Durante os 57 anos em que estiveram casados, Dáhlia foi para Luís, como ela o chamava, muito mais do que uma esposa, tornando-se o seu esteio emocional, proporcionando-lhe o equilíbrio e a serenidade que ele necessitava para escrever mais de 150 livros, durante a sua trajetória intelectual. Luís nunca se preocupou com o lado prático da vida, tudo era "Dáhlia quem resolvia."





(*)Daliana é Diretora do Memorial e do Instituto Câmara Cascudo

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