*Letícia Losekann Coelho
Morri só na multidão...
Sem estar sozinho ou abandonado,
Não ouvido?
Quem sabe meu grito... Alguém lembrou.
O que sou agora, nada...
Ninguém mais lembra?
Um corpo esguio, aquele mal erigido
Tu doa risos como quem faz sofrer o inimigo...
Estou aqui...
Lembro de ti, por isso sou punido.
E se tu vais embora
Sofro em silêncio...
Devoro notas altas
(Meu prêmio)
Choro delongas fervorosas
(É o frio)
Morremos todos em setembro.
Os outubros já não são mais os mesmos
Pois eu ainda lembro
O sangue entre meus dedos
Do corpo teu sepultado em meu leito
Querias ir embora?
Nunca te permiti desejos.
Tenho tua casca comigo
Mas não sei onde andam teus sonhos...
Por isso te pergunto se lembras de mim,
Onde foi que perdi
A noção do que fiz.
Morro só nas multidões...
Procurando teus sonhos
Quem sabe em algum canto
Te acho largado, sorrindo...
Sonhando...
Pois te matei em algum setembro
Mas nunca consegui acabar com o eco do teu pensamento.
* Editora e autora da Novitas. Perfil completo AQUI
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