* David Nobrega
Aquela vala rasa varrida pela enxurrada
Abriga um jovem corpo, um novo morto
A pele branca, pela lama emporcalhada
Nada mais de vida a causar desconforto
Louros cabelos emplastrados ao rosto
servem de moldura ao quadro terrível
Olhar inexistente e já decomposto
Órbitas vazias miram ao mundo invisível
A enxurrada varreu a fina camada de argila
Expostos ao sol agora o sofrimento e agonia
Quem seria a pobre menina, que naquele ermo jazia?
Nomes e datas relegadas ao esquecimento
Ninguém saberá a cor de seu riso ou lamento
No barro resta apenas a fita azul de ornamento.
* Autor e Editor da Novitas. Perfil completo AQUI
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