Dentro de mim vejo o mundo
Gritos mudos de muitos mortos
Disputando a atenção
De vivos poucos que, loucos
Não lhe dão mais valor.
Dentro mim travam-se batalhas
Bem e mal em embate eterno
A insistente boca canalha
Pregando sermões de luta
Prometendo apenas mais dor.
Dentro de mim criam-se continentes
Separados por mares de desafetos
Palavras ao vento atiradas e traídas
Por histórias de um passado violento
E voa assim o nosso tempo.
Dentro de mim gritam hostes de anjos derrubados
Ao mundo vil e mesquinho entregues
Não são caídos, mas sim usurpados
Crentes da promessa vã feita à matilha
Hoje roem a si mesmos, bacanal de agonias
Dentro de mim prendo as mentiras
Dentro de mim travo batalho
Dentro de mim crio terras
Dentro de mim venço
E só depois de dominar instintos
Animalescos desejos com sangue tintos
É que me entrego a ti, vida
Para que só conheças de mim
Meu melhor momento.
25 de abril de 2010
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