Rendeiras do tempo
*Thiago Azevedo
Vai a mulher rendeira,
separar mais retalhos,
corta, picota e costura,
são restos de pano,
é colcha de trapo.
Cada pedaço, uma história,
um jardim de rosas,
um novo botão de flor,
restos de tecido rendado
desmonta e remonta em lavor.
Retalhos de tempo,
colcha de memória,
parte, de partes, de partes,
passado, futuro e presente,
que formam nossas histórias.
Mais uma parte que se fia,
Mais um trapo que se funde,
pequenas centelhas de tempo,
colcha sempre incompleta,
eterno movimento, em amiúde.
Incansável mulher rendeira,
que a vida fia e descostura,
nossos velhos e gastos pedaços,
colcha de tempo que fulgura,
somando a mais e mais restos
de outros pedaços de trapos.
*Sou criador, editor e escritor dos blogs www.mangaepoesia.blogspot.com e www.descansodaalma.blogspot.com.
Aprendiz de poeta, apenas um certo alguém que metamorfoseia através das palavras.
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